quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Bem-vindos de volta!

Após meses no ostracismo, o French Vanilla voltou e está de cara nova. A frase é deveras clichê, mas é fato que após algum tempo em decorrência de fatores como algumas viagens, adaptação com o novo habitante da casa, a reclusão em razão de estudos para o ingresso à carreira diplomática, o estabelecimento de uma nova rotina, enfim, tudo isso me manteve alheia às postagens neste meio de comunicação. Terminada a fase supramencionada, eis que estabeleço uma nova rotina. E o blog dela faz parte. As viagens por enquanto estão mais escassas, o novo habitante se chama Elvis e está muito bem adaptado e após a experiência até boa de um bom desempenho no CACD - malgrado a não-aprovação - tudo isso abre as janelas para um novo dia. O tempo é bom. Provavelmente haverá algum temporal em um dia ou outro. Mas se espera que prevaleça a calmaria, o auto-domínio e a maturidade. São raras as vezes em que a "janela da alma" se abre de forma tão escancarada de forma que se é capaz de visualizar a si de maneira tão clara e abrupta que tudo o que "foi" antes parece não ter sido vivido. Aliás, hoje conversando com um querido amigo, este traduziu meus pensamentos em linguagem cristã. Disse-me que para Deus os dias nos quais o indivíduo foge do Seu propósito são como dias não vividos. E essas palavras entraram em minha mente e atravessaram meu coração. Era exatamente assim que me sentia. Durante algum tempo, parecia estar apenas sobrevivendo. Agora que descobri na vida um sentido (ou sentidos), percebo estar vivendo mais, sentindo mais, sendo mais, refletindo mais. Apesar das más interpretações hodiernas e dos maus ofícios corriqueiros que às vezes têm a pretensão de me abalar, sinto-me feliz ou em vias de alcançar esse tão sonhado estado de espírito. Perdoem-me os que nisso não acreditam, mas eu não perco as esperanças.  

Com a escusa dos que me acompanham, despeço-me. Leituras são necessárias para enriquecer esse blog. Belo dia a todos.


segunda-feira, 16 de março de 2015

Os Contos de Beedle, o Bardo

Contos assustadoramente lindos! J. K. Rowling mais uma vez não me decepcionou. É incrível como eu quase acredito nas notas de rodapé! Ela escreve os contos citando estudiosos que lêem, debatem e escrevem sobre os temas das lendas dos contos como se o mundo paralelo dos bruxos e da magia realmente existisse ( e quem sabe se não existe mesmo?)! 



Os Contos de Beedle,o Bardo é um livro bem curto e de facílimo entendimento. Ideal para crianças que estão aprendendo a ler. Mas perfeito para adultos que gostam de mergulhar no mundo ideal da imaginação.  Após cada fim de história, há os comentários de Dumbledore (sim, o diretor bom velhinho barbudo e gentil de Hogwarts) sobre o conto e sua explicação sobre a lição passada. 

O livro é dividido em 5 contos:

- O Feiticeiro e o Caldeirão Saltitante
- A Fonte da Justa Fortuna
- O Coração Peludo do Mago
- Babitty, a Coelha, e o Toco que Cacarejava
- O Conto dos Três Irmãos

Todos são educativos e nem precisa esticar a baladeira para fazê-los instrumentos de reflexão! 
Recomendado para quem está com o tempo curto, mas não quer parar de ler de jeito nenhum! 

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Lille

Hoje foi um dia diferente. Acordei tensa após uma noite mal dormida e um pesadelo pra lá de hollywoodiano. Estava em Bruxelas. O idiota havia invadido a tv holandesa. Eu estava de passagem comprada para uma cidadela francesa no dia seguinte e muitas coisas estavam acontecendo nós últimos meses. Muitas mudanças, às vezes difíceis de enxergar seus benefícios. 5:40 am. Tomo banho, visto-me, espio pela janela para ver se vejo alguém na rue Marché aux Poulets. Somente o dia de trabalho começando para uns poucos e alguns jovens voltando dos pubs. Decido-me. Malgrado o frio, o medo de estar só e o temor maior ainda de um atentado em qualquer lugar e a qualquer momento, saio em direção à estação Bourse. Três paradas, chego à la Gare Bruxelles-Midi. Muita gente, pouca informação, mudança de Gate, mas tudo certo. Sento em uma cafeteria, de comida com boa aparência e de gosto asqueroso. 30 minutos de wi-fi para me sentir em casa. Ao mesmo tempo, observo os transeuntes. Questionamentos piegas sobre o sentido da vida me vêm à cabeça. Lembro-me de um amigo que diz passar seus dias se perguntando. Sinto pena. É muito angustiantes. Mas, ao mesmo tempo, tellement, por que razão as pessoas fazem tanto quando a imensidão de tudo é tão incerta? Carregamos (incluo-me, obviamente) malas com pertences inúteis, caminhamos uma eternidade para chegar àquele ou a esse lugar, tirar uma foto e mostrar para os amigos. Batalhamos e perdemos noites de sono para ascender na profissão e contrair mais dívidas e responsabilidades infrutíferas. Qual a razão de se contruírem igrejas? Por que não rezar e fazer oferendas ao ar livre? Para que a coleção da última estação quando se pode ter apenas dois pares de calças e uma muda de camisetas e, claro, algum agasalho contra o tempo? Por que eu, Mariana, compro tantos livros quando muitos deles posso ler pela internet? Para que tudo isso mesmo? .......... Wifi era limitado. 30 minutos. Não me despedi de minha genitora. Cortaram-me a ligação. Claro, deveria provar outro quiche horrível para ter direito a mais meia hora. O trem chegou. Acomodei-me. Coach 8. Seat 54. TGV. From Brussels-Midi to Lille-Europe. O trem começa a se movimentar e a paisagem esbranquiçada me encanta. Esqueço do livro que comprei na Casa da Anne, Prinsengstraat, 300. Não sei se é isso mesmo. 30 minutos, desço, compro um mapa. A neve cai em Lille. Lindo. Desculpem-me os ateus. Quão imbecis vocês são! A neve é divina. As árvores também. Vós sois! Nós somos. Esqueci-me dos devaneios existenciais. Aqui estou, Lille, na catedral Notre Dame mais linda que a de Paris, bebendo um expensive champagne e feliz por ser. Ser. Os amigos críticos que me desculpem. Não revisei nem revisarei uma palavra do que escrevi. Aliás, para que dizer? Não devo explicações. Nem vocês, lembrem-se disso e sejam vocês, perto,ou longe dos que amam impor-lhes defeitos.