sábado, 24 de setembro de 2016

William Wilson, de Edgar Allan Poe

"Que me seja permitido, no momento, apresentar-me como William Wilson". Esse é o começo do instigante conto de Poe que me deixou em dúvida sobre como interpretá-lo. 

O conto, narrado em primeira pessoa, como, aliás, todos de Allan Poe, fala de um personagem que vive para satisfazer o próprio ego, permeado por uma vida de esbórnias e excessos. A história perpassa pelas fases da Infância, Adolescência e Maturidade, todas apresentando mostras de pensamentos vis e ações perversas de um ser acostumado em ter tudo, em influenciar outros e predominar sobre todos. 

Há percalços, contudo, e estes acontecem desde a chegada de uma figura com ele muito semelhante, que carrega as mesmas características físicas, a mesma sagacidade e a mesma alcunha. Por outro lado, provido de caráter e senso moralista, está sempre a lhe censurar, causando-lhe profundo mal estar e raiva.



O auge deste amargor se dá quando o personagem principal, após desferir um golpe mortal contra seu antagonista, percebe que atacou a si mesmo.

A luta travada pelo personagem contra si e o derradeiro fim impressionam ao passo que em paralelo nos deixam à deriva sobre quais foram as intenções do autor. Lançando mão da alegoria como ferramenta de trabalho e de uma linguagem altamente rebuscada, Poe nos conta a história de um homem assombrado desde a infância por um "sósia", que é, na verdade, o reflexo daquilo que ele, o narrador, gostaria/poderia ter sido e não foi, sua antítese, se tivesse feito escolhas diferentes e traçado caminhos distintos. 

O conto parece ter uma conotação moralista quando nos leva a crer que ações ruins nos levam a um final infeliz, ou seja, o famoso "Quisquis iniqua facit, patiatur iniqua, necesse est". 

Poe não era um moralista e levava uma vida boêmia. Creio que a narrativa poderia ser facilmente invertida, com o narrador carregado de puritanismo e o Outro tentando levá-lo para o submundo do hedonismo. Edgar Allan Poe quis enfatizar nossa curiosidade pelo que está oculto ao olhos nus, ao óbvio e, ainda, à possibilidade que temos de assassinar-nos para ressuscitarmos com uma personalidade nova. Em outras palavras, termos uma nova chance. William teve várias oportunidades de fazê-lo, pois em sua vida mudou seu fenótipo por diversas vezes, tendo a oportunidade de se "modificar". E mais, talvez seu subconsciente o quis, mas sua mente e costumes viciados não o deixaram. A situação drástica do último movimento da narrativa o possibilitou de renascer e assim o fez, como mostra o trecho do conto:



"Venceste, e me rendo. E contudo, daqui por diante também estás morto - morto para o Mundo, para o Céu e para a Esperança! Em mim existias - e, em minha morte, vê por esta imagem, que é a tua própria, quão absolutamente assassinaste a ti mesmo." Claro está que há uma multiplicidade de interpretações, mas por que não estaria válida a minha?


domingo, 4 de setembro de 2016

Thoughts

It is not sporadical to regard while watching the news a variety of catasthrophic episodes on Earth. Unfortunately, people usually feel sorry for a couple of minutes and then they forget about it and go back to do the things they were doing before. There is, people do nothing about it. This happens because it empires in our actual society a feeling of selfish and individualism. Basic principles such as freedom, equality and fraternity, for which the human society fought and made revolutionary and democratic laws, nowadays aren´t more than sheets of paper garded to show people that something is assecuring their rights.

For centuries the humanity have been fighting against all the scuge that remains on the Earth. Even though having all the bad experiences the societies keep a model of social contract that doesn´t work anymore. And we have many examples of that.

In the year of 2015 we had the Cop21 to consider the issue of the climate change . The problem is that even knowing that our planet and its wildlife is in serious dangerous, the great powers of the world keep spelling nocive substances through out the air and the waters. Fortunately, for the first time, a climate deal was adopted in Paris for more than 190 countries.

 In the meantime, in accord to the World Food Programm, almost eight hundred million people don´t have enough food to eat while the total wealth of the world is concetrated in one percent of the population. This is an inequality that borders on the comical and it is difficult to present solutions when the solutions are frequently in the hands of those that are in a confortable situation.

However, the conture is not entirely disappointing. Organizations such as United Nations, Médecins sans Frontiers, are fighting in concert a  continuous struggle against all those aches and pains, despite the obstacles such as corruption and the inffluence peddling.

Thus, to improve human rights and to make the Earth a good place to live, with dignity and self-respect, an universal law is needed. It is necessary for their improvement and for their preservation. The politicians and the great men in power shaw develop new ideas that even though that each of them is secretly inclined to exempt himself from them, although their private intentions conflict, they check each other, with the result that their public conduct is the same as if they had no such intentions. This is exactly what Immanuel Kant wrote in his book, The Perpetual Peace, and the reason for which many call him too naive. That´s the reason all the humanity should be naive as well. 





El Camiño

Conhecendo milimetricamente o solo árido e fértil da Espanha, quem sabe, em breve eu também possa relatar minha aventura? O som da folhagem movimentada pelo vento, o cantar dos pássaros e o barulho dos meus passos servirão de elementos de inspiração para que eu vá ao encontro das palavras certas, bem como da minha própria essência.

Gilberto Valle, mineiro de nascimento e paulista de coração, relatou, através de seu livro "Diário do Caminho de Santiago de Compostela", suas impressões e anseios como peregrino nesse tão famoso e cativante percurso que atrai tantas pessoas anualmente. De 18 de maio a 21 de junho de 2001, amigos e ele cruzaram o caminho desde Roncesvalles até Santiago de Compostela. Uma experiência, segundo ele, única, incrível e até necessária.

Mas do que estamos falando e qual é o seu significado? Resumindo, o caminho, apesar de toda as questões históricas e religiosas envolvidas, significa algo diferente para cada peregrino. E os motivos que levam cada indivíduo a fazê-lo, esses variam desde a fé, uma promessa, ou mesmo motivo algum.

Sobre a história do caminho, há quem diga que tem origem pagã e foi aproveitado para a peregrinação até os supostos restos mortais do apóstolo Tiago. Acho que vale a pena dar uma lida na wikipedia sobre o assunto, que resume bem a história, as origens e o significado geral do caminho ( https://pt.wikipedia.org/wiki/Caminhos_de_Santiago ).

Sobre os custos, encontrei uma planilha na internet que simplifica bem os gastos. Quanto ao material que deve ser comprado antes, como mochila, botas, saco de dormir, etc, há muita variação, pois depende das marcas. E claro, os de melhor qualidade são os mais caros... Mas gira em torno de 1000 e 2000 reais.

Segue abaixo a planilha:




Há alguns sites que estou acompanhando para angariar mais dicas. São eles:
http://www.caminhodesantiago.com.br/wj.htm
http://evoluindonocaminho.com.br/caminho-de-santiago/custo-medio-da-viagem/

De resto, é aproveitar e chegar com muita história para contar. No meu caso, talvez a melhor história seja eu conseguir guardar as histórias só para mim.