quinta-feira, 10 de novembro de 2016
Fantasia ou Realidade?
É como eu disse outro dia.... às vezes é melhor ignorar alguns aspectos da realidade e se imiscuir em um mundo por você criado. O que quero dizer é que às vezes a realidade é tão cruel que das duas, uma: ou você sofre perenemente com o sofrimento do mundo e dos outros; ou você paga de egoísta e insensível para a sua própria consciência. Comigo, é sempre uma dessas opções. Então, por que não fugir de vez em quando e embarcar em um mundo paralelo de sonhos e fantasias?
Há dias em que eu acordo e me imagino como se num cenário de filme extraordinário: coloco no YouTube ou no Spotfy a trilha sonora de Game of Thrones, em outro aparelho coloco um ruído de chuva, com raios e trovões, acendo um incenso com odor de vetustas especiarias e começo a ler algo que me remeta a um mundo que me faça bem. Imagino-me voando, ou cavalgando, imagino que existam criaturas fantásticas, como dragões e elfos... No mundo de hoje, "ser ridículo" é um conceito muito relativo. Temos que fazer de todo o possível para nos sentir (mesmo que seja uma sensação temporária) felizes.
Quer colocar uma roupa da Casa Sonserina e ir para a estreia da nova adaptação da JK Howlling? Vá! Prefere ler HQ´s da Turma da Mônica em uma biblioteca pública? Faça-o! Sente-se bem vestindo roupas consideradas "curtas" e vai para a balada para descer até o chão? Bom divertimento! A palavra da hora é CONFORTO, e, sim, precisamos estar confortáveis com quem somos e com o que de fato gostamos. Se todos fizessem isso, não sobraria ninguém para julgar ou taxar o outro de "estranho", "maluco", "bizarro", "nerd", "piriguete".
Convido-os, pois, a serem vocês mesmos.
A partir das 14:00 e até o sol amanhecer do dia 31 de dezembro de 2500.
E muito bem-vindos!
sábado, 24 de setembro de 2016
William Wilson, de Edgar Allan Poe
"Que me seja permitido, no momento, apresentar-me como William Wilson". Esse é o começo do instigante conto de Poe que me deixou em dúvida sobre como interpretá-lo.
O conto, narrado em primeira pessoa, como, aliás, todos de Allan Poe, fala de um personagem que vive para satisfazer o próprio ego, permeado por uma vida de esbórnias e excessos. A história perpassa pelas fases da Infância, Adolescência e Maturidade, todas apresentando mostras de pensamentos vis e ações perversas de um ser acostumado em ter tudo, em influenciar outros e predominar sobre todos.
Há percalços, contudo, e estes acontecem desde a chegada de uma figura com ele muito semelhante, que carrega as mesmas características físicas, a mesma sagacidade e a mesma alcunha. Por outro lado, provido de caráter e senso moralista, está sempre a lhe censurar, causando-lhe profundo mal estar e raiva.
O auge deste amargor se dá quando o personagem principal, após desferir um golpe mortal contra seu antagonista, percebe que atacou a si mesmo.
A luta travada pelo personagem contra si e o derradeiro fim impressionam ao passo que em paralelo nos deixam à deriva sobre quais foram as intenções do autor. Lançando mão da alegoria como ferramenta de trabalho e de uma linguagem altamente rebuscada, Poe nos conta a história de um homem assombrado desde a infância por um "sósia", que é, na verdade, o reflexo daquilo que ele, o narrador, gostaria/poderia ter sido e não foi, sua antítese, se tivesse feito escolhas diferentes e traçado caminhos distintos.
O conto parece ter uma conotação moralista quando nos leva a crer que ações ruins nos levam a um final infeliz, ou seja, o famoso "Quisquis iniqua facit, patiatur iniqua, necesse est".
Poe não era um moralista e levava uma vida boêmia. Creio que a narrativa poderia ser facilmente invertida, com o narrador carregado de puritanismo e o Outro tentando levá-lo para o submundo do hedonismo. Edgar Allan Poe quis enfatizar nossa curiosidade pelo que está oculto ao olhos nus, ao óbvio e, ainda, à possibilidade que temos de assassinar-nos para ressuscitarmos com uma personalidade nova. Em outras palavras, termos uma nova chance. William teve várias oportunidades de fazê-lo, pois em sua vida mudou seu fenótipo por diversas vezes, tendo a oportunidade de se "modificar". E mais, talvez seu subconsciente o quis, mas sua mente e costumes viciados não o deixaram. A situação drástica do último movimento da narrativa o possibilitou de renascer e assim o fez, como mostra o trecho do conto:
"Venceste, e me rendo. E contudo, daqui por diante também estás morto - morto para o Mundo, para o Céu e para a Esperança! Em mim existias - e, em minha morte, vê por esta imagem, que é a tua própria, quão absolutamente assassinaste a ti mesmo." Claro está que há uma multiplicidade de interpretações, mas por que não estaria válida a minha?
domingo, 4 de setembro de 2016
Thoughts
It is not sporadical to regard while watching the news a variety of catasthrophic episodes on Earth. Unfortunately, people usually feel sorry for a couple of minutes and then they forget about it and go back to do the things they were doing before. There is, people do nothing about it. This happens because it empires in our actual society a feeling of selfish and individualism. Basic principles such as freedom, equality and fraternity, for which the human society fought and made revolutionary and democratic laws, nowadays aren´t more than sheets of paper garded to show people that something is assecuring their rights.
For centuries the humanity have been fighting against all the scuge that remains on the Earth. Even though having all the bad experiences the societies keep a model of social contract that doesn´t work anymore. And we have many examples of that.
In the year of 2015 we had the Cop21 to consider the issue of the climate change . The problem is that even knowing that our planet and its wildlife is in serious dangerous, the great powers of the world keep spelling nocive substances through out the air and the waters. Fortunately, for the first time, a climate deal was adopted in Paris for more than 190 countries.
In the meantime, in accord to the World Food Programm, almost eight hundred million people don´t have enough food to eat while the total wealth of the world is concetrated in one percent of the population. This is an inequality that borders on the comical and it is difficult to present solutions when the solutions are frequently in the hands of those that are in a confortable situation.
However, the conture is not entirely disappointing. Organizations such as United Nations, Médecins sans Frontiers, are fighting in concert a continuous struggle against all those aches and pains, despite the obstacles such as corruption and the inffluence peddling.
Thus, to improve human rights and to make the Earth a good place to live, with dignity and self-respect, an universal law is needed. It is necessary for their improvement and for their preservation. The politicians and the great men in power shaw develop new ideas that even though that each of them is secretly inclined to exempt himself from them, although their private intentions conflict, they check each other, with the result that their public conduct is the same as if they had no such intentions. This is exactly what Immanuel Kant wrote in his book, The Perpetual Peace, and the reason for which many call him too naive. That´s the reason all the humanity should be naive as well.
For centuries the humanity have been fighting against all the scuge that remains on the Earth. Even though having all the bad experiences the societies keep a model of social contract that doesn´t work anymore. And we have many examples of that.
In the year of 2015 we had the Cop21 to consider the issue of the climate change . The problem is that even knowing that our planet and its wildlife is in serious dangerous, the great powers of the world keep spelling nocive substances through out the air and the waters. Fortunately, for the first time, a climate deal was adopted in Paris for more than 190 countries.
In the meantime, in accord to the World Food Programm, almost eight hundred million people don´t have enough food to eat while the total wealth of the world is concetrated in one percent of the population. This is an inequality that borders on the comical and it is difficult to present solutions when the solutions are frequently in the hands of those that are in a confortable situation.
However, the conture is not entirely disappointing. Organizations such as United Nations, Médecins sans Frontiers, are fighting in concert a continuous struggle against all those aches and pains, despite the obstacles such as corruption and the inffluence peddling.
Thus, to improve human rights and to make the Earth a good place to live, with dignity and self-respect, an universal law is needed. It is necessary for their improvement and for their preservation. The politicians and the great men in power shaw develop new ideas that even though that each of them is secretly inclined to exempt himself from them, although their private intentions conflict, they check each other, with the result that their public conduct is the same as if they had no such intentions. This is exactly what Immanuel Kant wrote in his book, The Perpetual Peace, and the reason for which many call him too naive. That´s the reason all the humanity should be naive as well.
El Camiño
Conhecendo milimetricamente o solo árido e fértil da Espanha, quem sabe, em breve eu também possa relatar minha aventura? O som da folhagem movimentada pelo vento, o cantar dos pássaros e o barulho dos meus passos servirão de elementos de inspiração para que eu vá ao encontro das palavras certas, bem como da minha própria essência.
Gilberto Valle, mineiro de nascimento e paulista de coração, relatou, através de seu livro "Diário do Caminho de Santiago de Compostela", suas impressões e anseios como peregrino nesse tão famoso e cativante percurso que atrai tantas pessoas anualmente. De 18 de maio a 21 de junho de 2001, amigos e ele cruzaram o caminho desde Roncesvalles até Santiago de Compostela. Uma experiência, segundo ele, única, incrível e até necessária.
Mas do que estamos falando e qual é o seu significado? Resumindo, o caminho, apesar de toda as questões históricas e religiosas envolvidas, significa algo diferente para cada peregrino. E os motivos que levam cada indivíduo a fazê-lo, esses variam desde a fé, uma promessa, ou mesmo motivo algum.
Sobre a história do caminho, há quem diga que tem origem pagã e foi aproveitado para a peregrinação até os supostos restos mortais do apóstolo Tiago. Acho que vale a pena dar uma lida na wikipedia sobre o assunto, que resume bem a história, as origens e o significado geral do caminho ( https://pt.wikipedia.org/wiki/Caminhos_de_Santiago ).
Sobre os custos, encontrei uma planilha na internet que simplifica bem os gastos. Quanto ao material que deve ser comprado antes, como mochila, botas, saco de dormir, etc, há muita variação, pois depende das marcas. E claro, os de melhor qualidade são os mais caros... Mas gira em torno de 1000 e 2000 reais.
Segue abaixo a planilha:
Há alguns sites que estou acompanhando para angariar mais dicas. São eles:
http://www.caminhodesantiago.com.br/wj.htm
http://evoluindonocaminho.com.br/caminho-de-santiago/custo-medio-da-viagem/
De resto, é aproveitar e chegar com muita história para contar. No meu caso, talvez a melhor história seja eu conseguir guardar as histórias só para mim.
Gilberto Valle, mineiro de nascimento e paulista de coração, relatou, através de seu livro "Diário do Caminho de Santiago de Compostela", suas impressões e anseios como peregrino nesse tão famoso e cativante percurso que atrai tantas pessoas anualmente. De 18 de maio a 21 de junho de 2001, amigos e ele cruzaram o caminho desde Roncesvalles até Santiago de Compostela. Uma experiência, segundo ele, única, incrível e até necessária.
Mas do que estamos falando e qual é o seu significado? Resumindo, o caminho, apesar de toda as questões históricas e religiosas envolvidas, significa algo diferente para cada peregrino. E os motivos que levam cada indivíduo a fazê-lo, esses variam desde a fé, uma promessa, ou mesmo motivo algum.
Sobre a história do caminho, há quem diga que tem origem pagã e foi aproveitado para a peregrinação até os supostos restos mortais do apóstolo Tiago. Acho que vale a pena dar uma lida na wikipedia sobre o assunto, que resume bem a história, as origens e o significado geral do caminho ( https://pt.wikipedia.org/wiki/Caminhos_de_Santiago ).
Sobre os custos, encontrei uma planilha na internet que simplifica bem os gastos. Quanto ao material que deve ser comprado antes, como mochila, botas, saco de dormir, etc, há muita variação, pois depende das marcas. E claro, os de melhor qualidade são os mais caros... Mas gira em torno de 1000 e 2000 reais.
Segue abaixo a planilha:
Há alguns sites que estou acompanhando para angariar mais dicas. São eles:
http://www.caminhodesantiago.com.br/wj.htm
http://evoluindonocaminho.com.br/caminho-de-santiago/custo-medio-da-viagem/
De resto, é aproveitar e chegar com muita história para contar. No meu caso, talvez a melhor história seja eu conseguir guardar as histórias só para mim.
domingo, 28 de agosto de 2016
Harry Potter and The Cursed Child
O título deveria ser "Albus Potter and The Cursed Child". Isso porque Albus, o filho de Harry, toma a frente e se destaca durante todo o livro. Seguindo os passos do pai, sua natureza o chama a aventurar-se e na companhia de amigos. No seu caso um Malfoy, Scorpius.
A trama do livro gira em torno da tentativa de nossos novos heróis em salvar Cedric da morte. Para isso, eles utilizam um Time Turner para voltar ao tempo e mudar o passado. Esse é o início de muita confusão e mudanças determinantes no futuro...
O livro, diferentemente dos sete anteriores, é escrito em forma de peça e rapidamente lido, tanto pelo número de páginas como pela envolvente história.
Deu para matar a saudade, mas para os fãs da saga, nunca é demais uma nova aventura.
A trama do livro gira em torno da tentativa de nossos novos heróis em salvar Cedric da morte. Para isso, eles utilizam um Time Turner para voltar ao tempo e mudar o passado. Esse é o início de muita confusão e mudanças determinantes no futuro...
O livro, diferentemente dos sete anteriores, é escrito em forma de peça e rapidamente lido, tanto pelo número de páginas como pela envolvente história.
Deu para matar a saudade, mas para os fãs da saga, nunca é demais uma nova aventura.
segunda-feira, 14 de março de 2016
Death Penalty?
There is much controversy around the application of the death penalty in Brazil. The human rights´ proponents argue that it is the denial of the right to life and that there is no correspondence between capital punishment and the reduction of crime. On the other hand for those who defend this penalty, there are some types of crime that deserve a retribution – and not a revenge – by the harm that a certain individual has done.
When the topic is death penalty, the Brazilian people´s opinion is divided. Datafolha Research, for example, concluded that approximately half of people questioned is against and half is[ in favour of the legalized killing.
Now Brazil is a democratic republic and its Constitution, promulgated in 1988, expressly prohibits the usage of death penalty by the penal justice system. Nonetheless, under the terms of Article 84, paragraph 19, of the Constitution, the death penalty can be applicable in case of a declared war. Brazil is also a State Party to the Protocol of the American Convention on Human Rights to Abolish the Death Penalty, which makes it even more unlikely that its government would embrace the pro-execution cause.
However, it is known that in Brazil the criminal system is flawed. The lack of structure on the prison system and the subhuman treatment given difficult the social rehabilitation of the convicted person. Thus, the chances of an individual becomes a persistent offender increase substantially.
But the sticking point is whether it is morally acceptable or not for the state to execute people, and if so, under which circumstances. The question that should be posed is relatively simple: do governments deserve to kill those whom it has imprisoned more than one has the right of killing another? For many writers, capital punishment is an affront to universal values on which human rights are based. When George Orwell wrote his short story, A Hanging, in 1931, there was no United Nations to establish human rights treaties. Even so, his story has power to influence readers ´opinion towards the abolition of the death penalty. There are other examples of learned men that fought against it, through their literary work, like Victor Hugo in The Last Day of a Condemned Man, Albert Camus in The Stranger, and Edgar Allan Poe in his tale The Pit and The Pendulum.
In conclusion, it would be a regression in the Brazilian judicial system to allow the reintroduction of capital punishment at a time when the majority of countries on Earth have abandoned its use. The rights to life and dignity shall be defended for all, because we are all human beings. Bringing back this penalty could create ethical domestic problems and maybe the decrease of Brazil´s prestige on the international stage.
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016
Felicidade
As pessoas afirmam, comumente, que buscam pela felicidade. Livros de auto-ajuda, mensagens repassadas pela internet, vlogs demonstrando práticas para alcançar a auto-confiança, adquirir práticas saudáveis e buscar a SUA felicidade, não importa o quanto isso custe, parecem ser as ferramentas da "vez" e felicidade é um termo usado sem qualquer cerimônia. Acho lírico e genuinamente emocionante o discurso de muitos, mas não posso afirmar que concordo. Ao revés, considero um verdadeiro contra-senso afirmar que o propósito da vida é ser "feliz" e fazer o que gosta em um mundo em que o caos impera, a fome esperneia e a desigualdade se exaspera. A felicidade não é e não deve ser algo tão egoísta. É preciso fazer o que é preciso. Confesso que todos os dias ao dormir, na escuridão da alcova, o travesseiro transmuda-se em confessionário. E quase sempre o sentimento que prepondera é a melancolia e o arrependimento. Nesse momento, comungo, de algumas opiniões: o que eu fiz durante o dia simplesmente não me preenche e sinto o vazio da alma. Uma alma que na dormida confortável sobre centenas de fios, tão-somente lamenta a sofridão de seus irmãos. Nutro um sentimento ruim, de raiva, mesmo que momentânea por alguns. A revolta, o mau-humor, a tristeza desatada por razões de índole estritamente pessoal. Estas deveriam servir de combustível para o auto-progresso. Contudo, para muitos, é bote para a depressão, a agonia e a aflição movida por assuntos meramente pessoais.
Sim, amigos e familiares, eu os amo. E igualmente amo aqueles cujo os nomes desconheço, cujas faces nunca vi. Amo-os porque são; porque existem e porque por eles e em razão deles (e de vocês, senhores) eu vivo.A humanidade é una; desconheço o plural de tal verbete. E por que saltitarmos e nos regozijarmos malgrado a parca sobrevivência de outrem? Por que teorias como o liberalismo e suas vertentes, o construtivismo e o neo-neo deixaram espaço, após tantas discussões, para o já malfadado realismo? Estados mostram sua onipotência e se utilizam da força. A política internacional, como a conhecemos, embutida de conceitos de cooperação internacional, organizações extra-estatais, grupos econômicos e união entre Estado, parece existir como forma de permanência de países hegemônicos no poder; a pura demonstração da força que os sobrepõem em uma relação permeada de ameaça semivelada de apelo à guerra quando necessária.
Ideias liberais não trarão a felicidade. Livre mercado, globalização, consumismo e cultura de massa tampouco. Assim, a busca da felicidade pelo indivíduo raramente deve alcançar resultados satisfatórios porque é necessário que a felicidade seja buscada pelo conjunto de indivíduos. A teoria da ação coletiva de Olson deve, pois, prevalecer.
Portanto, amigos, enquanto neste mundo a solidariedade for coadjuvante, todo o sentimento de excitação será passageiro e as lágrimas continuarão a rolar, pois os corpos suplicam por cuidados e nutrição, os corações clamam por amor, mas a consciência imediata tem nas mãos o sangue derramado e o pranto não contido.
Parafraseio, por fim e por suposta razão, as palavras do legado literário, traduzida na obra clássica de Victor Hugo, Os Miseráveis: "enquanto, por efeito de leis e costumes, houver proscrição social, forçando a existência, em plena civilização, de verdadeiros infernos, e desvirtuando, por humana fatalidade, um destino por natureza divino; enquanto os três problemas do século - a degradação do homem pelo proletariado, a prostituição da mulher pela fome, e a atrofia da criança pela ignorância - não forem resolvidos; enquanto houver lugares onde seja possível a asfixia social; em outras palavras, e de um ponto de vista mais amplo ainda, enquanto sobre a terra houver ignorância e miséria, livros como este não serão inúteis"
terça-feira, 2 de fevereiro de 2016
Extraordinário
Extraordinário. Um livro para todas as idades, de linguagem extremamente fácil e que, creio, deveria, ser adotado pelas escolas, nos primeiros anos, para estimular as crianças a refletir sobre o bullying.
O livro aborda a história de um menino que nasceu com uma enfermidade que acarreta, por si, uma deformidade em sua aparência física e, por conseguinte, os dramas daí decorrentes.
Algo realmente formidável no livro é a forma com a qual os personagens são encarados pelos próprios personagens entre si: todos são "carimbados" por uma determinada característica e carregam essa marca durante um bom tempo do histórico escolar: são os "nerds", "geeks", "certinhos", "esportistas",enfim, características externas que não definem o que a pessoa, ou melhor, quem a pessoa realmente é. E por que não considerar que tal postura seja praticada também entre os indivíduos de idade mais madura. Não esporadicamente eu me deparo com situações no trabalho em que sou julgada, em que julgam e em que eu mesma julgo. Mesmo que com animus jocandi, será que às vezes magoamos alguém querido quando o taxamos de "maluquinho", "avoado", "ensaboado", "tagarela"?
Enfim, Extraordinário é aparentemente simples, mas pode ser útil nas relações interpessoais. De leitura fluida, possível de começar e terminar em uma tarde, em um passeio delicioso por suas páginas recheadas de sentimentos puros de ex-crianças recém-chegadas à pré-adolescência.
O livro aborda a história de um menino que nasceu com uma enfermidade que acarreta, por si, uma deformidade em sua aparência física e, por conseguinte, os dramas daí decorrentes.
Algo realmente formidável no livro é a forma com a qual os personagens são encarados pelos próprios personagens entre si: todos são "carimbados" por uma determinada característica e carregam essa marca durante um bom tempo do histórico escolar: são os "nerds", "geeks", "certinhos", "esportistas",enfim, características externas que não definem o que a pessoa, ou melhor, quem a pessoa realmente é. E por que não considerar que tal postura seja praticada também entre os indivíduos de idade mais madura. Não esporadicamente eu me deparo com situações no trabalho em que sou julgada, em que julgam e em que eu mesma julgo. Mesmo que com animus jocandi, será que às vezes magoamos alguém querido quando o taxamos de "maluquinho", "avoado", "ensaboado", "tagarela"?
Enfim, Extraordinário é aparentemente simples, mas pode ser útil nas relações interpessoais. De leitura fluida, possível de começar e terminar em uma tarde, em um passeio delicioso por suas páginas recheadas de sentimentos puros de ex-crianças recém-chegadas à pré-adolescência.
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