quinta-feira, 31 de julho de 2014

Asterix e Obelix - A Foice de Ouro

Para quem gosta de quadrinhos e, melhor, quadrinhos franceses, não há nada melhor que uma boa dose de Asterix. O volume 2, Asterix et La Serpe D´Or, é o que estou lendo atualmente. Há a edição em francês, capa dura, que custa em torno de R$60,00, e a edição em português, em brochura, mas de ótima qualidade e o preço é R$30,00. Ambas podem ser encontradas em livrarias e bancas de jornais Também estão à venda no site das Lojas Americanas. 




Asterix foi criado em 1959 pelo francês René Goscinny e relata a história de uma tribo gaulesa que resiste aos ataques romanos que datam do ano de 50 a.C. O povoado é composto por um povo nobre, trabalhador e com uma arma secreta: uma poção que torna Asterix, um de seus guerreiros, extremamente forte e capaz de lutar contra muitos inimigos de uma só vez. Sempre em companhia de seu fiel amigo Obelix, Asterix é protagonista de diversas aventuras e episódios hilários.

Em A Foice de Ouro, Panoramix, o druida, uma espécie de pajé  do povoado, quebra sua foice instrumento para concretizar muitas mágicas e Asterix e Obelix vão em seu socorro. Uma história divertidíssima. 

Outro ponto forte das histórias são os desenhos, de autoria de Albert Uderzo.



Fortemente recomendada para todas as idades, essa leitura além de agradável e divertida, desperta a curiosidade sobre a origem da França e de seu povo.



website: http://www.asterix.com/index.php.fr 

As Mais Belas Lendas da Idade Média

Perambulando pela Livraria Cultura, encontrei um livro que me chamou a atenção:  As Mais Belas Lendas da Idade Média. Esse livro é fabuloso! Divide-se em duas partes. A primeira é um apanhado sobre a Lenda dos Cavaleiros da Távola Redonda e a segunda parte são aventuras épicas, fábulas e contos. Li a primeira parte e percebi que ler sobre Rei Arthur e as lendas da Cavalaria é simplesmente viciante. Uma lenda escrita no século XII por Chrétien de Troyes, que se baseia na vida de Arthur, rei que viveu por volta do ano 500. São tantos os personagens cativantes... Morgana, Guinevère, Lancelote, Viviane, Merlin, o próprio Arthur...



O livro começa com o Mago Merlin, história interessantíssima de como Merlin se tornou a figura de total confiança de Arthur, desde sua infância até seu enclausuramento...Fala-se também das aventuras e do heroísmo de Lancelote e seu amor eterno pela esposa de seu melhor amigo Arthur, Guinevère. 

Interessante também é perceber os valores enaltecidos pelos cavaleiros. Na história, quando um cavaleiro dizia algo, ele cumpria. A palavra e a honra eram os bens mais valiosos para um homem. Não é como tantos mancebos da atualidade... falam coisas, prometem outras e, no dia posterior, já têm ouvidado... ou simplesmente dizem: "mudei de ideia".



Dica para se divertir e entrar no mundo de uma das mais belas lendas já escritas. Somente a introdução. Super recomendado também e mais ainda é a saga de As Brumas de Avalon.  São 4 volumes de puro deleite! E mostra a visão de minha personagem preferida, Morgana, de uma forma muito peculiar. 


As Mais Belas Lendas da Idade Média 
Laurence Camiglieri, Marcelle Huisman e Georges Huisman
Editora Martins Fontes
São Paulo, 2001

terça-feira, 29 de julho de 2014

La Gloire de mon Père

Esse fim de semana assisti com mamãe (que por sinal está muito bem!) o filme As Glórias de Meu Pai,  um dos filmes autobiográficos do cineasta francês Marcel Pagnol. A história é daquelas bem "mamão com açúcar", tranquilinha, retratando a origem de seus pais e sua própria na região de Aubagne, Provence. Para quem gosta de belas paisagens, histórias autobiográficas e sem muito melodrama, essa é uma boa pedida!


Ano de Produção: 1990
Dirigido por: Yves Robert

Os Reis Malditos - Vol 1



"O que caracteriza os homens fortes não é o fato de ignorarem as hesitações e as dúvidas que são próprias à natureza humana, mas somente o fato de poderem superá-las mais rapidamente". Essa frase, extraída da p. 208 do livro Os Reis Malditos reflete em resumo a personalidade de Felipe, O Belo, tal como ele é retratado em O Rei de Ferro, vol. 1 do citado livro. 

Os Reis Malditos ou Les Rois Maudits se trata de uma série de livros, dividida em 7 volumes, que disserta sobre a história da monarquia francesa, desde Felipe IV e sua desavença com os Cavaleiros Templários até o famoso episódio da Guerra dos Cem Anos. 

Um dia e meio. Foi do que precisei para concluir o primeiro volume. Romance histórico que prende a atenção do leitor e parece transpô-lo para o século XIV. Maurice Druon nos faz delinear um quadro das imagens de Paris e Londres da época, um ambiente nada parecido com o atual, desmunido de toda a beleza, luz e glamour pelas quais tais cidades são tão famosas. Romances históricos têm essa vantagem. Distraem-te ao mesmo tempo que te dão informações e conhecimentos úteis. E Druon faz isso de forma majestosa. 

Maurice Druon

O livro é tão repleto de boas passagens que fico em dúvida na escolha para citar. Há, claro, o momento em que Jacques de Molay amaldiçoa a monarquia e aliados enquanto incendeia na fogueira instrumento de sua condenação. O momento em que Izabel se apercebe de sua frieza e autodomínio, tal qual seu pai, também me chamou muito a atenção. Mas a pena imputada aos amantes das princesas Branca e Margarida... essa parte do livro é de matar (literalmente!)! Corpos nus amarrados e esticados em rodas, castração e pele arrancada de corpos vivos e, o abate final, a decaptação... tudo isso em praça pública.

Acabei de ler o Vol. 1, que está esgotado, mas que, por sorte, consegui o exemplar novinho em folha na biblioteca pessoal do André. Os vols. 2 e 3 estão a caminho, encomendados a partir da Estante Virtual. Para quem quer conhecer mais a História da França, considero uma leitura obrigatória. Para quem não se interessa pela História da França, mas simplesmente por uma boa leitura, recomendadíssimo!




domingo, 27 de julho de 2014

El Tigre

Esse é um desenho não terminado, feito apenas a lápis, nem flanelinha eu usei. Uma das melhores coisas para distrair a mente e acalentar o coração é desenhar. Aconselhável para todas, todas as idades.

Lápis 2B. Borracha verde.


Allez!

A Tentação do Impossível

Um livro que trata do melhor dos livros. Esse foi o objetivo de Mario Vargas Llosa, ganhador do prêmio Nobel de Literatura e autor de A Tentação do Impossível. O mais incrível romance de todos os tempos, aquele sem o qual Tolstoi não teria conseguido escrever Guerra e Paz, o livro responsável pelo nascimento de Valjean, Javert e Gavroche, de fato precisaria de um livro que o analisasse em toda sua magnificência. LLosa não conseguiu, mas tentou e acertou.  A Tentação do Impossível é um livro que tenta desvendar a razão de ser de outro livro. Jean Marc Hovasse provavelmente compartilha dessa opinião.
 


O mais impressionante é que LLosa levanta questões que todo leitor atencioso provavelmente pensou enquanto lia Os Miseráveis. Se um tratado religioso ou um mero romance de aventuras. Se nos traz a comovente história de humanidade ou se, conforme o próprio Llosa, comove exatamente pela sua desumanidade, vez que os personagens da obra são genuínos superlativos humanos. E, ainda, distinguir o que é real e o que é imaginário. Por exemplo, até que ponto a narrativa é fidedigna à realidade no caso da batalha de Waterloo ou mesmo na situação da queda da barricada? A visão de Vitor Hugo sobre Napoleão Bonaparte não seria por demais parcial? 



 

Enfim, A Tentação do Impossível é um livro mais que recomendado para quem leu a espetacular obra-prima de Victor Hugo. E para que não leu, serve para se lamentar por não ter lido. Uma análise que não te dá sono, pelo contrário, prende a atenção como em um romance. Possível de ler em um dia. O meu exemplar foi bem difícil de encontrar porque parece estar esgotado. Mas não se preocupem... Provavelmente haverão ainda muitas edições...

À bientôt!

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Minhas Tardes com Margueritte

Olá.

Hoje o dia está puxado, mas não posso deixar de publicar uma dica para quem é FRANCÓFILO como eu. Uma dica para o fim de semana: La Tête en Friche





É uma história fofa, de um homem grandão que trabalha de bicos e não sabe ler e que um dia conhece Margueritte, uma velhinha magrinha apaixonante que tem como passatempo a leitura. Esses dois vão se tornar grandes amigos e um ajudará o outro a romper com barreiras impostas pelo passado e gozarem de forma mais plena a vida. Fotografia linda, La Tête en Friche é uma linda história de amizade que supera diferenças culturais, sociais e até de peso.... Vale a pena ser assistido!

Bon weekend à tous!

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Saudosismo


Ontem eu estava mexendo em umas coisinhas que trouxe da casa dos meus pais e encontrei umas fotos lindas! Engraçado que achei as roupas da mamãe bem mais a meu gosto que a moda atual... As mulheres eram mais "françaises" nos anos 70, mais "mignon´s", comiam menos comida industrializada, sem falar que as roupas eram uma fofura... Encontrei em meio as fotos uma carta da mamãe. Que comedida!! Nada de eu te amo para sempre até o fim dos meus dias, minha paixão. Tão-somente um Estranho tudo isso, mas gosto de você. Será que esse é um dos ingredientes da receita secreta da mamãe pro papai ser tão apaixonado??

Whatever!

Parte 3 - O Último Dia de um Condenado

"Condenado à morte! Já se vão cinco semanas que convivo com tal pensamento, sempre só com ele, sempre petrificado por sua presença, sempre encurvado sob seu peso!" É assim que começa O Ultimo Dia de um Condenado, obra de Victor Hugo que me convenceu em acabar por condenar a condenação. Meu "discurso" poderá até parecer redundante, mas a repetição da demonstração do desespero do personagem do livro é que me fez perceber o quão insana é a ideia da pena capital: uma afronta a valores basilares de uma civilização. 






O personagem era um homem livre que, por alguma vicissitude, acabou preso e condenado à morte por um colegiado de juízes e pela plateia que ao julgamento assistia. Não passava pela cabeça do personagem que seria condenado à morte, razão pela qual, talvez, o crime não tenha sido tão grave... Por isso mesmo é interessante ressaltar que em nenhum momento fica claro qual o crime cometido. E no fim você acaba por perceber que não faz diferença. O condenado se perde em pensamentos os mais fantasiosos e oníricos. Ademais, percebe-se no livro que não só homicídios consumados, como tentativas e até mesmo meras ameaças eram capazes de ensejar a condenação à pena de morte.

O personagem oscila, no decorrer da história, entre a resignação e o desespero. Antes dizia preferir a morte às gales. Com o dia se aproximando, até a eternidade como galeote era preferível a inexistência de súbito. Ao passo que o tempo vai passando, este último se apodera da situação. Quando lhe e comunicado, por exemplo, que a pena será executada naquele mesmo dia, o desespero assume a preponderância até o último momento - quatro horas.  Pensa em fugir, em cavar um buraco - vê que não há tempo, no caminho pensa em uma saída - na chegada pede clemência... E imagina até o último minuto que algo poderá interceder em seu favor. Será próprio do ser humano, então, manter a esperança, mesmo que tão-somente um fio dela, até mesmo nas situações mais catastróficas?

Comovente o momento em que o personagem lamenta pela mãe, pela esposa e pela filha - as quais ele denomina de três viúvas da lei -, três órfãs de espécies diferentes.

O saudoso autor de Os Miseráveis, como todos sabem, era um gênio versátil e que em muitas ocasiões "virou a casaca". Contudo, em A Tentação do Impossível Mario Vargas Llosa - p.18 - afirma que a questão da pena de morte foi um dos poucos tópicos sobre os quais Victor Hugo lutou contra durante toda a sua vida.

Victor Hugo, além de formador de opiniões, é didático. No capitulo XV, algo me chamou a atencao. Ele cta o caminho completo ao matadouro, suas 3 paradas: Bicetre, Conciergerie, la Greve. Também, no capitulo XXVII, nosso escritor emite a opinião do personagem acerca da guilhotina: 10 letras que descrevem toda a sua crueldade, o mesmo nome do mestre infame que a criou.

"Sinto meu coração cheio de raiva e exasperação. Acho que o bolso de fel acaba de estourar. A morte nos torna maus." Livro impecável, super rápido de ler e de fácil compreensão, o que torna a obra ainda mais valiosa. Um livro que não é esquecido, pela sua carga de conteúdo e defesa, ao menos sob o meu ponto de vista, da dignidade da pessoa humana, ao passo que sedimenta os princípios consagrados pela Revolução Francesa que os seus próprios instrumentos mitigaram. 

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Festival da Canção Francesa

Estava navegando no site da Aliança Francesa - Brasília e me deparei com a notícia: 7º Festival da Canção Francesa! Excelente oportunidade para quem ama cantar e ama a língua francesa (tipo....eu)!

Retirado de: http://www.afbrasilia.org.br/site/com_noticias.aspx?conID=252

7° Festival da Canção Francesa chega à Brasília 

O já tradicional Festival da Canção Francesa chega em Brasília e promete reunir todo o glamour da música francesa em uma só noite. Criado em Porto Alegre em 2008, o Festival tornou-se referência em música contemporânea francesa e adquiriu dimensão nacional. A cada ano, são revelados novos talentos. As descobertas de 2013 contam com Ana Paula Leitão, que conquistou o primeiro lugar da etapa regional em Brasília com a música "Battez-vous", de Brigitte - e na sequência, conquistou também a etapa nacional no Rio de Janeiro.
O Festival é gratuito e aberto a cantores amadores e profissionais, e conta com etapas em diversas capitais brasileiras ao longo do ano. A etapa Brasília acontece na sexta-feira, 12 de setembro e a Final Nacional, no Rio de Janeiro, em novembro de 2014. O primeiro colocado da etapa local ganha passagens e estadia para a Grande Final e concorre a uma viagem à França.

As inscrições estarão abertas até 25 de agosto e podem ser feitas online pelo formulário 
http://goo.gl/ed1Vx6  ou entregues em nossa unidade AF Asa Sul. Nesta edição, os candidatos podem concorrer com canções francófonas lançadas entre 2004 e 2014. Confira o regulamento e se optar pela inscrição presencial, baixe o formulário PDF clicando aqui.

Inscreva-se! Participe! 


Retificação - The Fault in our Stars - Parte 1

Pessoal, só para retificar o post A Culpa é das Estrelas - Parte 1. Estava tão cheio de erros de digitação que hoje quando li fiquei até com vergonha. Escrevi no iPad que tem aquela "bendita" auto-correção e emocionada demais para pensar em ortografia... Pois bem, fiz alguns ajustes para não doer no juízo de quem lê! Desolée!

An American in Paris

Um dia desses perdi o sono e decidi assistir à um filme que havia comprado na semana passada: "Sinfonia de Paris". O filme conta a história de um pintor americano que mora em Paris, salvo engano em uma daquelas ruelas de Montmartre... Enfim, o rapaz é paupérrimo, mas tem uma joie de vivre alucinante. Dança, pinta, canta, sapateia e tem tempo para os amigos e até para se apaixonar! Decididamente, tenho que saber aproveitar melhor meu tempo livre...Filme espetacular, estrelado pelo glorioso Gene Kelly, dirigido por Vincente Minnelli, de 1951. Ganhador de 6 oscars, incluindo melhor filme e melhor trilha sonora. É só assistir e cantarolar. Quem está um tanto down, mais recomendado ainda, pois é uma injeção de alegria!

A Culpa é das Estrelas - Parte 2


Já havia conversado com minha terapeuta e ela me disse não ser uma boa ideia assistir a filmes ou ler livros em que o assunto era relacionado à doença da minha mãe. Contudo, acho que quando passamos por determinadas situações, a curiosidade é mais forte que a racionalidade. Ainda assim, ficamos buscando textos médicos e leigos, qualquer coisa que nos mostre a possibilidade, mesmo que remota, de um prognóstico mais favorável do que o dado. Nesse caso, não tenho muito do que reclamar. Apesar de ter escutados opiniões das mais diversas e até mesmo pessimistas de alguns médicos (bem renomados), minha mãe provou e está provando o contrário. Com Deus, a nossa médica, o apoio do meu pai e meu e a força espantosa dela, estamos vencendo o que parecia invencível. E apesar da melancolia que o livro A Culpa é das Estrelas desperta em quem vive drama parecido, minha esperança continuou inabalável.




Trata-se de um young-adult book, então não se pode esperar um drama dostoievskiano. Aliás, essa não é a proposta e acho mesmo que nem caberia a mim fazer uma comparação tão absurda. Mas não apagarei essa linha. O que quero dizer é que é um bom livro com uma boa história. Um romance entre adolescentes que pode parecer piegas, mas que não deixa de ser emocionante. Em especial quando se pensa que por causa de uma limitação física ou complicações na saúde se deve deixar de viver em sua plenitude. Era até o que eu pensava... Não deixava nem as pessoas tocarem na mamãe, para ela não ser contaminada e correr riscos. Tudo bem, é preciso ter MUITO cuidado. Mas, passado o susto inicial, não se deve deixar de aproveitar a vida e o que ela tem para oferecer de bom. Essa é a mensagem do livro. O câncer é uma droga. Mas ele, por mais absurda que possa ser essa afirmação, também pode significar a cura para outros males. Uma nova perspectiva de vida, saber valorizar aquilo que antes era descartável, mudar o proceder em muitas situações, amar mais, viver mais, ousar mais. A personagem aprendeu isso com seu amor. Minha família e eu estamos aprendendo isso com minha mãe.


sábado, 19 de julho de 2014

A Culpa é das Estrelas - parte 1

A parte 3 do texto As Três Condenações vai ficar pra depois. Hoje aconteceu uma coisa que no meu mundo é das mais importantes. Primeiro tenho que clarificar algumas questões. Minha mãe, ao 51 anos, em 14 de agosto do ano passado, foi diagnosticada portadora de adenocarcinoma de pulmão estágio IV com metástase cerebelar. Foi, como é, em todas as famílias, um choque, uma perplexidade, um verdadeiro tapa na cara da nossa vida, principalmente quando os médicos te dão de 12 a 16 meses de vida e você com um câncer no pulmão sem nunca ter fumado. Minha mãe é e era linda, cheia de vida, saudável e esportista! Não era justo isso acontecer com ela. Era muito mais fácil isso ter acontecido comigo, que nunca fui de me cuidar... Enfim, uma saga começou: exames, cirurgias, radioterapia, qual o tratamento mais adequado, opiniões de médicos controversas... Até que decidimos optar por uma médica-anjo, que fez um trabalho out of protocol e que está dando muito certo.  Contudo, o terceiro pet scan não só mostrou uma diminuição de 80% do tumor único na periferia inferior do pulmão esquerdo, como nos reservou uma surpresa nada grata: linfonodomegalias axilares na altura do pulmão direito. Isso poderia significar basicamente três coisas: uma infecção, como pneumonia; feridas decorrentes da radioterapia; ou uma espécie mais resistente de tumor a qual as drogas não estavam conseguindo manter minha mãe imune.  Após 3 semanas de muitas noites sem dormir, tensão e telefonemas à nossa Dra, hoje tivemos a resposta. Não havia nem sinal de neoplasia! Isso significa que minha mãezinha pode correr pro abraço e festejar, porque a doença não quer mais nada com ela! Esse é um marco nas nossas vidas! Mamãe em breve poderá viajar e se Deus permitir ainda ficaremos muitos e muitos anos juntas por aqui. Bem, pano na manga para falar sobre um livro infanto- juvenil que eu achei ótimo: The Fault in our Stars. Esse, para amanhã!

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Parte 2 - 1001 Fantasmas

Quando avistei o livro A Mulher da Gargantilha de Veludo e Outras Histórias de Terror e percebi que o seu autor era Alexandre Dumas confesso que fiquei espantada. Estava acostumada com O conde de Monte Cristo, Os Três Mosqueteiros, enfim, clássicos e a capa do livro mais parecia Stephen King! Enfim, levei para casa, por curiosidade e  imaginando que, pelo título, ia me deparar com um história assustadora, divertida e bem escrita. Foi isso e mais. A carga densa sobre o aspecto da pena de morte no livro é espantosa. A história 1001 fantasmas, ao mesmo tempo assustadora, é um ode à vida e à dignidade da pessoa humana. Dumas assusta e conscientiza de forma concomitante. 



A história gira em torno de outras histórias que começam a ser contadas após um estranho acontecimento. Após matar sua mulher, um homem chamado Jacquemin afirma que a cabeça do de cujus com ele se comunicou. A partir daí, pessoas da sociedade que se encontram em um jantar começam a relatar, uma a uma, histórias assombrosas de pessoas mortas que depois se comunicaram. 


Ocorre que no diálogo dos mortos em decorrência de pena de morte se percebe a aflição e os sentimentos de pré-morte nos condenados, o que nos levar a sentir mais do que pena, mas principalmente horror e uma rebelião contra a pena capital. Alexandre Dumas se mostra um verdadeiro formador de opiniões, mas de forma bem sutil. Enfim, uma história excelente, divertida e que vale a pena ser lida. 

quinta-feira, 17 de julho de 2014

As Três Condenações - O poço e o pêndulo; 1001 fantasmas e O último dia de um condenado - Parte 1

Parte 1

O Poço e o Pêndulo - Edgar Allan Poe

Recomenda-se ler ao som de Camille Saint-Saens - Danse Macabre.



O conto segue o ritmo de um pêndulo em movimento. Um conto curto. Mas denso. Confesso que tive que ler duas vezes para tentar captar de forma mais fidedigna as sensações. Da segunda, percebi o quão bom era e acabei procurando algo para assistir sobre. Encontrei um filme sob a direção de Stuart Gordon, bem mais ou menos e que não reflete quase nada do que Allan Poe pretendeu mostrar em seu escrito.

O conto é fantástico. Gira em torno da história do desespero em decorrência de uma condenação. Após ser espancado e sentenciado à morte, o personagem é colocado em um local sombrio e úmido. Toda a tortura o faz suscetível a devaneios da imaginação. O personagem começa a delirar e seu delírio é tão sofrido que a morte acaba por parecer uma boa saída.



Sensações de quase inconsciência que sentimos, por exemplo, antes do completo despertar de um onírico intenso. Efeitos esses, no personagem, decorrentes do espancamento e sucessivo desmaio. Drogam-no e amarram-no, para após livrar-se de um poço, jazer abaixo de um pêndulo de que se movimenta de forma progressiva em direção ao seu coração. Enquanto isso, seu corpo é invadido por ratos, atraídos pelo cheiro da carne "pungente". Ratos esses que demonstram utilidade.

***

A história se passa em Toledo, na Espanha, à época da Inquisição Ibérica, criada na Espanha em 1478 a pedido da monarquia afim de subjugar o povo à mão de ferro. O que mais me admira nesse conto é como o autor faz com que o leitor sinta o desespero do indivíduo que está prestes a morrer de forma violenta. É essa magnífica capacidade de Edgar Allan Poe, Alexandre Dumas e o fenomenal Victor Hugo que justificam a escrita deste texto. Na próxima parte, o conto de Alexandre Dumas! 

Allez!


Apresentação

Meu nome é Mariana, moro em Brasília, não sou nenhuma adolescente, já tenho meus vinte e algo, trabalho muito, leio muito, viajo muito, principalmente para a casa dos meus pais em Fortaleza. AMO minha mãe, meu pai e minha irmã caçula Belinha e toda a minha família Buscapé. 

Não tenho pretensões sobre a popularidade ou mesmo a qualidade do conteúdo desta página. Simplesmente escrevo porque me diverte e me distrai ler e assistir a vídeos de outras pessoas. Então, provavelmente vou gostar de fazer algo do meu gosto e acerca dos assuntos que me forem convenientes a depender do dia.

Já havia iniciado outros blogs antes, mas não passei da terceira postagem. Mas acho que agora haverá mais assiduidade. Isso porque a internet me ajuda muito a esquecer de alguns problemas. E a leitura, meu passatempo favorito, me transpõe para uma realidade alternativa, da qual eu jamais gostaria de sair. A realidade que o mundo é melhor, que minha mãe não está doente e de que, assim, eu sou mais satisfeita com status quo

O objetivo é falar um pouco sobre tudo e muito sobre livros e filmes, colocando as resenhas dos quais eu já li e/ou assisti.

Espero que gostem e curtam! E que sirva para vocês como os de outros serviram para mim!

Au revoir!