quinta-feira, 17 de julho de 2014

As Três Condenações - O poço e o pêndulo; 1001 fantasmas e O último dia de um condenado - Parte 1

Parte 1

O Poço e o Pêndulo - Edgar Allan Poe

Recomenda-se ler ao som de Camille Saint-Saens - Danse Macabre.



O conto segue o ritmo de um pêndulo em movimento. Um conto curto. Mas denso. Confesso que tive que ler duas vezes para tentar captar de forma mais fidedigna as sensações. Da segunda, percebi o quão bom era e acabei procurando algo para assistir sobre. Encontrei um filme sob a direção de Stuart Gordon, bem mais ou menos e que não reflete quase nada do que Allan Poe pretendeu mostrar em seu escrito.

O conto é fantástico. Gira em torno da história do desespero em decorrência de uma condenação. Após ser espancado e sentenciado à morte, o personagem é colocado em um local sombrio e úmido. Toda a tortura o faz suscetível a devaneios da imaginação. O personagem começa a delirar e seu delírio é tão sofrido que a morte acaba por parecer uma boa saída.



Sensações de quase inconsciência que sentimos, por exemplo, antes do completo despertar de um onírico intenso. Efeitos esses, no personagem, decorrentes do espancamento e sucessivo desmaio. Drogam-no e amarram-no, para após livrar-se de um poço, jazer abaixo de um pêndulo de que se movimenta de forma progressiva em direção ao seu coração. Enquanto isso, seu corpo é invadido por ratos, atraídos pelo cheiro da carne "pungente". Ratos esses que demonstram utilidade.

***

A história se passa em Toledo, na Espanha, à época da Inquisição Ibérica, criada na Espanha em 1478 a pedido da monarquia afim de subjugar o povo à mão de ferro. O que mais me admira nesse conto é como o autor faz com que o leitor sinta o desespero do indivíduo que está prestes a morrer de forma violenta. É essa magnífica capacidade de Edgar Allan Poe, Alexandre Dumas e o fenomenal Victor Hugo que justificam a escrita deste texto. Na próxima parte, o conto de Alexandre Dumas! 

Allez!


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