quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Vincent & Van Gogh

Je suis desolée! Desculpem-me pelo desaparecimento. Conforme meu último post, estou de mudança e essa última semana foi tão turbulenta que me foi inviável escrever. Contudo, hoje o assunto é especial: Van Gogh!

Mamãe saiu às compras de supermercado há uns 2 anos, viu um livro com uma história em quadrinhos sobre Van Gogh e pensou: "Que interessante... deve ser uma história para crianças saberem um pouco sobre arte! Vou levar para a Belinha (minha irmãzinha que hoje conta com 8 anos de idade). Ao chegar em casa, mamãe folheou o livro e se deparou com algumas ilustrações um tanto quanto "adultas" demais para a idade da Bela e, assim, decidiu me dar. Eu amei! Mas, por algum motivo, não li de imediato. Acabei lendo essa semana, que estava sem tempo de ler algo mais longo. E simplesmente AMEI!!!

Sem dúvida o melhor quadrinho que li até hoje. Pura arte! As ilustrações do iugoslavo Gradimir Smudja já dispensam qualquer comentário.

Capa do Quadrinho

O enredo, por sua vez, é IM-PRES-SI-O-NAN-TE-MEN-TE fantástico! Tratar da doença mental de Van Gogh (que até hoje não se sabe se era transtorno bipolar, esquizofrenia, etc e ainda atrelada a daltonismo e/ou xantopsia) como um desvio de personalidade atribuído a um gato de alcunha Vincent (isso mesmo, um gato! E não é no sentido figurado!) e tratar Van Gogh como um homem hodierno de nome Theodore - o nome de seu pai, diga-se passagem - que sonhava pintar, mas não tinha talento é uma ideia e tanto!

Colorido lindo!

Contracapa



Para completar, o quadrinho ainda faz uma pequena viagem pelo mundo da arte, apresentando artistas como Eugéne Delacroix (o autor da minha obra favorita - La Liberté Guidant le Peuble - por que será?), Monet, Degas e Gauguin, amigo (ou inimigo) íntimo de Van Gogh. 

Glossário com descrições de pintores e lugares relevantes na história

Enfim, uma obra de arte feita para ser lida, relida e apreciada, não só pela riqueza de conteúdo, como principalmente pela absurda beleza e mistura de cores!

Recomendadíssimo!

Detalhe 1: Zahar Editora mais uma vez arrasando!
Detalhe 2: O preço é excelente, embora não seja fácil de encontrar: cerca de R$10,00! O matérial é de ótima qualidade!

Abaixo, algumas obras do mestre para inspirar o dia!

Vaso Com Doze Girassóis - 1889 - Philadelphia Museum of Art

Autorretrato com a Orelha Cortada - 1889 - Instituto Courtland de Art - Londres

Autorretrato com Chapéu de Palha - 1888 - Museum Van Gogh - Amsterdam

Noite Estrelada Sobre o Ródano - 1888 - Musée D´Orsay - Paris

Quarto em Arles - 1888 - Museu Van Gogh - Amsterdam

Donc, C´est tout pour aujourd´hui!




terça-feira, 19 de agosto de 2014

Bye bye, Kitchenette!

Kitchenette, quitinete, kitinete, kitnet, kitty, ou simplesmente kit... bem, fato é que estou me despedindo depois de três anos vivendo em um lugar tão pequenino, amorosamente chamado de minha gaiolinha. Não vou desmerecer um lugar que me acolheu durante tanto tempo e que me foi bem useful, em especial pela excelente localização, um dos melhores lugares da cidade em que vivo. E fui bem feliz ali. Apesar de alugada, cuidei muito bem desse cantinho. Mas chega um momento em que é chegada a hora (que redundância!) de mudar os ares e esse momento chegou (mais redundância) para mim. Espero que em breve eu me mude para um teto todo meu (com escritura e tradição), como já dizia Virginia Woolf (o título do livro na verdade é Um Teto Todo Seu). Por ora, trocar uma janela por quatro e 26m² por 64m² já está de bom tamanho! Espero que tudo dê certo até o final dessa semana e abaixo fotos para eternizar o segundo lugar em que vivi só (o primeiro foi em Logroño e eu não o fiz - regrets...). 

As fotos a seguir demonstram que você pode transformar uma kit em uma verdadeira mansão, com múltiplos cômodos. Não esqueçam, portanto, de ler as legendas de cada foto.

Sala de estar e leitura (como se tivesse outra...)

Escritório (rsrsrsrsrsrs)

Não poderia faltar a foto da minha irmãzinha

Copa e Cozinha

Biblioteca

Videoteca

Sala de Vídeo

Suíte Master - parte 1

Suíte Master - parte 2

Suíte Master - parte 3

Estar íntimo

Por hoje é só! Bonne nuit a tous!

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Sobre as uvas e suas regiões - inspiração do Professor Ronan Kerrest

A pedidos, hoje darei dicas, baseada nas aulas de degustação do professor Ronan Kerrest, sobre os tipos de uvas cultivadas em algumas regiões da França, bem como podemos identificá-las quando de sua degustação. Hoje, só as uvas vinificadas em tinto! Alors, allons-y!!!



Vinhos tintos

1) Pinot Noir

Região de Bourgogne - em vermelho

Proveniente, na sua maioria, da região de Bourgogne e, em alguns casos, de Champagne e Loire. Aromas de cassis, framboesa, groselha, doce de morango. Com o envelhecimento, percebe-se o aroma de cogumelos e couro. É um aroma muito elegante e refinado.

2) Cabernet Franc:

                                              Rótulo de Cabernet Franc de Val de Loire

                                                        Belíssima Vinícola em Loire

Proveviente das regiões de Bordelais e Val de Loire. Aromas de frutas vermelhas, tais como amora, cereja, morango, além de tempeross, como pimenta, especiarias e pimentão.

3) Cabernet Sauvignon:

                                                  A bela região de Bourdeaux em 1939

Famosa região de Bourdeaux. Vinhos finos e de profundidade intensa. Aromas e sabores de frutas vermelhas como framboesa e pretas como o cassis. Notas de pimentão verde e pinho. Com o tempo, adquirem o aroma e sabor de amora, pimenta do reino, licor de cassis, pimenta, couro.

4) Malbec:

                                            Uva Malbec, em vinhedo da região de Cahors

                                   Château La Caminade, que possui uvas Malbec, em Cahors

De Cahors e Bourdeaux. Sabor e aroma aveludados. Remete a frutas pretas, amora e ameixa.

5) Merlot:

                                                           Uva Merlot, de Languedoc

Bordelais, Sud-Ouest, Languedoc. Também com toque aveludado, remetendo a frutas vermelhas e caramelo. Envelhecido, o aroma e sabor de cogumelo, couro, trufa e ameixas secas.

6) Syrah:

                                                Mapa da região de vinhos de Provence

Rhône, Languedoc, Provence, Corse, Sud-Ouest. Aromas profundos de temperos e frutas pretas. Cassis, framboesa, amora, violeta, cedro, canela, pimenta, couro, fumo, musc, alcaçuz, cravo-da-índia.

7) Gamay:

                                      Uva Gamay - aparência pode confundir com a Merlot

Beaujolais e Val de Loire. Aromas de morango, cereja, framboesa, pimenta e banana.

8) Grenache:

                                                                 Região de Rhône


Rhône, Languedoc, Provence. Cassis, amora, cereja madura, morango, louro. Com a idade, fumo, geléia de damasco, defumado, caça, temperos.

Bem, por hoje é só! Espero que o post seja útil para o enófilos de plantão!

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Os Reis Malditos - Vol. 2

EXCEPCIONAL! Essa, na minha opinião, é a palavra certa para A Rainha Estrangulada, volume 2 da série de Maurice Druon, Os Reis Malditos. Nesse volume, com a morte de Felipe, o Belo, seu filho, Luís, conhecido como Cabeçudo, assume o trono e também uma postura bem distinta da de seu pai. Preocupado com sua reputação de traído e em conseguir a anulação do casamento para casar novamente, Luis deixa a mercê da sorte o povo francês, que passa fome em meio a um inverno inclemente. Enquanto isso, ambição, traições, mentirar e brigas por poder permeiam o cenário da corte francesa do século XIV. 



Robert D´Artois, assim como no volume 1, assume papel de destaque. Giocco, rapaz ambicioso e embusteiro, também é outro personagem que assume um significado interessante e parece prometer mais nos capítulos seguintes. 

Por sua vez, Rainha Margarida, presa na fortaleza de Château-Gaillard, demonstra uma personalidade bem diferente do esperado...

Mas são Carlos de Valois e Enguerrand de Marigny que roubam a cena. A guerra fria instalada entre esses dois personagens e o jogo de poder que transita durante a história em razão deles é que faz esse livro ser tão bom. Na terceira parte do livro, em seu capítulo VI, encontrei os textos que julguei mais interessantes. Os sentimentos e percepções de Marigny antes e após sua condenação mudam drasticamente. A sua descoberta como um ser humano acima da posição que ocupava parece fazê-lo compreender e até aceitar de forma resignada seu destino.



Esse romance histórico promete! Sigamos para o volume 3: Os Venenos da Coroa.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Um pouco mais sobre vinhos - Degustação de Vinhos

Mais uma degustação de vinhos com o Professor Ronan Kerrest. Simplesmente inolvidável! O curso se deu no Daniel Briand, pâtisserie famosa em Brasília por seus doces e tortas deliciosos. 

Diferentemente da outra, esta não contou com espumantes, mas sim com vinhos franceses: 1 rosé, 1 branco e 3 tintos.

Aprendemos, ainda, algumas curiosidades interessantes. Uma delas é a de que cerca de 60% dos vinhos produzidos na França é de produção caseira, ou seja, de vinícolas cultivadas por famílias. Talvez essa seja uma das razões pela qual os franceses, em sua maioria, não se apegam muito a "marcas", mas sim a regiões. Um francês não vai se interessar, por exemplo, pelo fato de um vinho ser mais ou menos caro em razão da produtora. Importa-se com o que é de fato relevante: a região, a uva (se blend) (ou as uvas, se varietal) e a safra.

Abaixo, un résumé sobre os vinhos degustados:

1) Vrignaud Chablis 2011



O primeiro vinho era um vinho branco. Interessante a diferença olfativa antes de mexer e após. Primeiramente, sentiu-se um aroma de flores brancas, talvez jasmim. Após mexer um pouco na taça e deixá-lo oxigenar, o odor se modificou por completo: notou-se a mineralidade do vinho e um aumento da acidez. 

Devo deixar claro, contudo, que se alguém tiver sensações completamente diferentes das que eu tive, não significa que qualquer dos dois tenha errado, Como o próprio professor Ronan ressaltou, em um mesmo vinho pode haver até trezentas moléculas diferentes que, por sua vez, provocam distintas sensações.

Harmoniza muito bem com peixes com molhos, mariscos e carnes brancas, como frango e porco.

Achei o vinho delicioso. Da região de Bourgogne e 100% Chardonnay.

Preço: em torno de R$140,00.

2) Château de la Mallevieille - Rosé de Bergerac 2011




Vinho de Bergerac, região vinícola no Sudoeste da França, ao longo do Rio Dordogne. Um delícia de baixo custo, eu diria. Vinho que agrada qualquer paladar, refrescante para clima tropical como o nosso e de fácil harmonização. Não é feito em barril de madeira, mas em inox, talvez o que justifique também o baixo preço. 50% Merlot, 50% Cabernet-Franc.

Preço: algo ao redor de R$60,00. 

3) L´enfer des Balloquets - Brouilly Rouge 2012



O meu preferido da noite! Da região de Beaujolais e uva 100% Gamay, o que significa aroma de frutas vermelhas como morango, cereja, framboesa e uma leve pimenta. Delicioso, não verifiquei muita acidez e harmoniza bem com queijos duros e carne vermelha. Super!

preço: Cerca de R$ 135,00.

4) Château La Fleur de Jaugue - Saint-Emilion Grand Cru 2002



Ok, esse deveria ter sido o meu preferido, eu sei, como foi o de todos os outros que estavam presentes. Talvez eu não estivesse em um bom dia para degustar a iguaria Bourdeaux da noite. Uvas Merlot e Cabernet Sauvignon, esse clássico Bourdeaux de 2002 estava esperando tranquilamente na adega do Professor Ronan para ser degustado. Trazido da França por ele quando estava de mudança para o Brasil. Não farei muitos comentários porque sonho o dia em que terei a oportunidade de degustá-lo novamente e ter uma nova opinião acerca dele.

Preço: Sob consulta.

5) Domaine Didier Charavin - Rasteau 2009

Observação: O vinho do meio na foto acima é o vinho nº 5.

Apesar dos seus 14,5% de álcool, não notei ser este vinho tão forte, mas, sim, complexo. 60% Grenache, 30% Syrah e 10% Mourvèdre.  Lembrou-me um pouco do gosto do licor de cassis, talvez por ser, em sua amplitude, Grenache. também com aroma de especiarias e frutas como cereja, proveniente provavelmente da uva Syrah. Simplesmente bom. Um vinho ideal para um bom jantar com os amigos e não fazer feio. Agradável à maioria dos paladares. A safra de 2009 é uma das melhores safras para vinhos franceses, com algumas exceções, como é o caso do Mayne d´Olivier Bourdeaux Rouge.... Mas essa é outra história.

Preço: Sob consulta.

Lembrando que os queijos e doces estavam deliciosos! Fromages: Comté, Abbaye de Cîteaux et Saint Paulin. Pâtisserie: macarron au chocolate et framboise et tarte au chocolat et café. 

Bem, de tudo isso, várias lições para enófilos e entusiastas do vinho, em especial a de que os cursos de degustação do Professor Ronan são imperdíveis!

Segue a página dele no Facebook: https://www.facebook.com/vinfrancais.aubresil 



domingo, 10 de agosto de 2014

O Velho de Chapéu


 
Domingo à tarde. Resolvi me aventurar no mundo do lápis pastel. Já havia desenhado há muito tempo com esse tipo de técnica, mas tão-somente desenhos de modelos simples que minha professora de desenho me dava, isso quando eu tinha uns 11 anos. Bem, comprei uma caixa com 60 cores do Lápis Pastel Pitt, da Faber Castell. E aí comecei a jogar com as cores. O efeito é ótimo! O lápis é macio...O desenho não ficou lá dos melhores, mas além de ser criação minha, foi só um treino.
 
 


sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Um pouco sobre vinhos e Degustação de Espumantes

Quem já experimentou vinho e não gostou, das duas, uma: ou não tomou um vinho minimamente aceitável ou não o tomou da forma correta. A fim de instigar os leitores a exultarem a bebida de Baco, resolvi deixar aqui umas dicas para quem não entende nada de vinho e que pode se interessar por algumas básicas informações, mas de grande utilidade.

O que me inspirou foi a Aula de Degustação de Champanhe com o Professor Ronan Kerrest que tive hoje na Aliança Francesa. O curso foi excelente. Degustamos 3 espumantes e 1 champagne, todos com dégustation à l´aveugle, ou seja, às cegas, a fim de que o rótulo não influenciasse nossa opinião sobre o vinho. Contudo, o preferido da maioria, coincidência ou não, foi o champagne! 

Degustamos os seguintes rótulos:

1)



O Vouvray é proveniente da região de Vouvray, em Val de Loire. Como é brut, a adição de açúcar ou licor é pouquíssima, restando mais o açúcar da uva que se dissipou para o aparecimento das bolhas. Possui uma cor amareala esverdeada, o que pode significar um tempo maior de conservação. O aroma é delicioso, me lembrou cupuaçu. O sabor lembrou-me palha e frutas como maça-verde e damasco. Na boca, manteve uma acidez bem equilibrada.

2) 



O segundo vinho foi o Louis Vallon Cremant (como são chamados os espumantes feitos com a mesma técnica do champagne) da região de Bourdeaux, salvo engano com um mix de uvas Merlot e Cabernet-Sauvignon. Também brut e de cor clara, quase límpida, me pareceu bom, mas não me chamou muito a atenção. Acho que combinaria bem com um peixe. Ao contrário do anterior, que para o meu paladar, harmonizaria perfeitamente com torta e bolo doces.

3)


O melhor da noite! Bouché Père & Fils, um Champagne brut de aparência, odor e sabor maravilhosos. Com duas de minhas uvas preferidas, esse champagne é constituído de 35% Pinot Noir, 35% Chardonnay e 30% Pinor Meunier, uvas típicas da região de Bourgogne, mas claro, este aqui feito em Champagne!

4)



Por último, nos foi apresentado o Carte Ivoire, espumante brut, da região de Limoux (local onde foram feitos os mais antigos espumantes do mundo - começaram em 1531!!). Uvas Mauzac e Chenin. O odor é maravilhoso, cheirinho de mel. Pensei até que era bem doce, mas quando dei o primeiro gole me surpreendi com a sensação de acidez. Contudo, a sensação foi diminuindo no decorrer da degustação até se tornar um gosto bem agradável.


Tudo isso acompanhado de ótimas explicações, papo descontraído, queijos  (munster, comté, etc...), frutas e doces ótimos de uma patisserie aqui de Brasília.



Segue abaixo a primeira parte das dicas sobre vinhos que eu pretendo colocar aqui no blog com certa frequência:

Dica 1: Cada vinho deve ser apreciado em taça adequada
Por exemplo:
- Pinot Noir (Bourgogne), Chardonnay, Pinot Meunier: taça mais arredondada, conhecida como taça balão. Isso se faz necessário por ser um vinho mais delicado, complexo e ideal para cheirar antes de beber.



- Rosé: taça intermediária, para equilibrar as propriedades dos tintos com brancos.


- Merlot, Petit Verdot, Malbec e Cabernet Sauvignon (Bordeaux): taça mais estreita e comprida. Maior concentração de tanino, juntamente com o vinho da uva Tannat. Dão uma sensação de trava, proveniente da casca e da semente da uva. Por isso que com esse vinhos é recomendável fazer aquele velho ritual de girar o copo fazendo a oxigenação, a fim de que os aromas fiquem mais concentrados e dessa forma, se possa sentir mais o aroma, equilibrando, pois, o vinho.



Alors, c´est ça! À demain!